Capitalismo x Comunismo
Capitalismo
O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas.
O termo capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas (Karl Marx, Proudhon, Sombart) no final do século XIX e no início do século XX, para identificar o sistema político-econômico existente na sociedade ocidental quando se referiam a ele em suas críticas, porém, o nome dado pelos idealizadores do sistema político-econômico ocidental, os britânicos John Locke e Adam Smith, dentre outros, já desde o início do século XIX, é liberalismo.[1][2]
Alguns definem o capitalismo como um sistema onde todos os meios de produção são de propriedade privada, outros o definem como um sistema onde apenas a "maioria" dos meios de produção está em mãos privadas, enquanto outro grupo se refere a esta última definição como uma economia mista com tendência para o capitalismo. A propriedade privada no capitalismo implica o direito de controlar a propriedade, incluindo a determinação de como ela é usada, quem a usa, seja para vender ou alugar, e o direito à renda gerada pela propriedade.[3] O capitalismo também se refere ao processo de acumulação de capital.
Não há consenso sobre a definição exata do capitalismo, nem como o termo deve ser utilizado como categoria analítica.[4] Há, no entanto, pouca controvérsia que a propriedade privada dos meios de produção, criação de produtos ou serviços com fins lucrativos num mercado, e preços e salários, são elementos característicos do capitalismo.[5] Há uma variedade de casos históricos em que o termo capitalismo é aplicado, variando no tempo, geografia, política e cultura.[6]
Economistas, economistas políticos e historiadores tomaram diferentes perspectivas sobre a análise do capitalismo. Economistas costumam enfatizar o grau de que o governo não tem controle sobre os mercados (laissez faire) e sobre os direitos de propriedade. A maioria[7][8] dos economistas políticos enfatizam a propriedade privada, as relações de poder, o trabalho assalariado e as classes econômicas.[9] Há um certo consenso de que o capitalismo incentiva o crescimento econômico,[10] enquanto aprofunda diferenças significativas de renda e riqueza. O grau de liberdade dos mercados, bem como as regras que definem a propriedade privada, são uma questões da política e dos políticos, e muitos Estados que são denominados economias mistas.[9]
O capitalismo como um sistema intencional de uma economia mista desenvolvida de forma incremental a partir do século XVI na Europa,[11] embora organizações proto-capitalistas já existissem no mundo antigo e os aspectos iniciais do capitalismo mercantil já tivessem florescido durante a Baixa Idade Média.[12][13][14] O capitalismo se tornou dominante no mundo ocidental depois da queda do feudalismo.[14] O capitalismo gradualmente se espalhou pela Europa e, nos séculos XIX e XX, forneceu o principal meio de industrialização na maior parte do mundo.[6] As variantes do capitalismo são: o anarco-capitalismo, o capitalismo corporativo, o capitalismo de compadrio, o capitalismo financeiro, o capitalismo laissez-faire, capitalismo tardio, o neo-capitalismo, o pós-capitalismo, o capitalismo de estado, o capitalismo monopolista de Estado e o tecnocapitalismo.
Comunismo
O comunismo é uma estrutura sócio-econômica e uma ideologia política, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral.[1] [2] [3] Karl Marx postulou que o comunismo seria a fase final na sociedade humana, o que seria alcançado através de uma revolução proletária. O "comunismo puro", no sentido marxista refere-se a uma sociedade sem classes, sem Estado e livre de opressão, onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas democraticamente, permitindo que cada membro da sociedade possa participar do processo decisório, tanto na esfera política e econômica da vida.
Como uma ideologia política, o comunismo é geralmente considerado como um ramo do socialismo, um grupo amplo de filosofias econômicas e políticas que recorrem a vários movimentos políticos e intelectuais com origens nos trabalhos de teóricos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa.[4] O comunismo tenta oferecer uma alternativa para os problemas da economia de mercado capitalista e do legado do imperialismo e do nacionalismo. Marx afirma que a única maneira de resolver esses problemas seria pela classe trabalhadora (proletariado), que, segundo Marx, são os principais produtores de riqueza na sociedade e são explorados pelos capitalistas de classe (burguesia), para substituir a burguesia, a fim de estabelecer uma sociedade livre, sem classes ou divisões raciais.[2] As formas dominantes de comunismo, como Leninismo, Stalinismo, Maoísmo e Trotskismo são baseadas no Marxismo, embora cada uma dessas formas tenha modificado as idéias originais, mas versões não-marxistas do comunismo (como Comunismo Cristão e anarco-comunismo) também existem.
Karl Marx nunca forneceu uma descrição detalhada de como o comunismo poderia funcionar como um sistema econômico, mas subentende-se que uma economia comunista consistiria de propriedade comum dos meios de produção, culminando com a negação do conceito de propriedade privada do capital, que se refere aos meios de produção, na terminologia marxista. No uso moderno, o comunismo é muitas vezes usado para se referir ao Bolchevismo ou do Marxismo-Leninismo. Como um movimento político, os regimes que se autodenominaram comunistas foram governos historicamente autoritários e coercitivos envolvidos principalmente com a preservação de seu próprio poder, sem preocupação de fundo para o bem-estar do proletariado.[3]